Rua do mar
Os homens são restos flutuando
Na rua suja de derrotas…
Seus braços destroçados
São mastros sem bandeiras
Bailando na calema das horas;
Seus gritos de náufragos
São gritos de vagas
Morrendo no entre-mar-e-céu!
Rua suja de esperanças
No lodo dos seus silêncios
Os homens se afundam como âncoras…
Onésimo Silveira
Poemas do Tempo das Trevas
Saga Hora Grande
d’après Rua do Mar
Sahel, chão de fronteira,
flutua na calema
entre-terra-falta-de-chuva-e-deserto
resiste, (a)braços destroçados
Sahel, rua larga e comprida,
mira o oceano e deita-se no mar! Vermelho
entre-a-aridez-do-saara-e-a-fertilidade-da-savana,
sobrevive, (des)esperança!
Sahel, leito de evasões,
arquivo-vivo de mastros sem bandeiras
entre-gritos-de-naúfragos-e-lodos-de-silêncio
amplia, (si)metrias (im)perfeitas
Olá Antinia
Muita sorte e reconhecimento para os teus trabalhos.
Beijinho