Hoje, a Fundação Santander, com o patrocínio e na presença do Ministério de Educação Ciência e Inovação (MECI), promove, uma vez mais, a sua marca e os seus serviços capitais, numa simbólica entrega de prémios pecuniários às 10 escolas públicas vencedoras!
Num tempo, em que decorre um excêntrico concurso de recrutamento, fortemente marcado pelo êxodo dos professores QA/QE, impõe-se refletir sobre os impactos e o peso que esta mercantilização autorizada, instalada no serviço público de educação, terá nesta expressiva e gritante vontade de fugir de certos agrupamentos escolares.
Urge elaborar uma criteriosa identificação dos motivos que levam milhares de professores a manifestar interesse em mudar de escola!
Urge perceber o quê e quem fica pelo caminho!
Urge dissecar os ataques desferidos por uma série de entidades “parceiras” e amigas dos municípios, que encontram nas escolas mão-de-obra especializada, submissa e barata, disponível para concretizar os projetos que justificam as verbas milionárias para dividir entre “amigos”!
Urge interpretar os dados, inferir, tirar ilações, questionar e, principalmente, não aceitar frases feitas e raciocínios básicos com os quais nos querem fazer acreditar na “falta de professores”!
Não, senhores, não faltam professores, faltam condições e estímulos para que, desempenhar a profissão não corresponda à malograda sensação de ter sido condenado a 100 anos de solidão em inoperantes estabelecimentos de ensino!
Será possível estabelecer uma correlação entre o expressivo êxodo / vontade de fuga dos agrupamentos escolares premiados, manifestada pelos docentes no concurso interno e os projetos que usam e abusam do corpo escolar, condenado a prestar funções nesses estabelecimentos de ensino?
Coincidência, ou talvez não, em cinco das “10 escolas públicas com métodos inovadores de ensino” premiadas pela Fundação Santander, é possível aferir, através dos dados conhecidos uma expressiva propensão, para a renovação, tal é número de docentes QA / QE com vontade de mudar de escola!
Tratando-se de um prémio destinado a distinguir projetos realizados no 1º e 2º ciclo, cumpre destacar o número significativo de docentes, do grupo de recrutamento 110 – 1º ciclo, que se tudo correr de feição no concurso interno, já não vão ter a oportunidade de usufruir dos 5000 euros de prémio, tão pouco poderão desfrutar da viagem à LEGO House na Dinamarca, da formação na metodologia promovida pela LEGO Foundation em Portugal e um kit LEGO ou uma mesa de reuniões LEGO.
Pela gravidade dos factos, aqui brevemente explanados, impõe-se uma séria e urgente reação à ruína e à decadência ético-moral que cresce dentro das nossas escolas!
Na Imagem, recolha de dados sobre o êxodo de professores, nas escolas premiadas pela Fundação Santander: