
economia bidon
cabe tudo dentro de um bidon
amarfanhando, enrolando, amachucando,
ajeitando até atingir o vácuo
amontoam-se vestígios de identidades várias
prontos a usar para remendar outros cenários
no bidon cabem os despojos de vidas
que se expõem na soleira dos mercados
sangue azul, doses vitais
alimentam sucessivas fragilidades materiais
etiquetas agarradas a peças jamais usadas
perdidas algures nas profundezas do mofo jovem
de um guarda-fatos IKEA
transações de um mundo bipolar
repleto de esquizofrenia resistente
safam-se como podem aqueles que aliviam o vácuo do bidon!