In.sol.ven.te

Que ou a pessoa que não tem com que pagar o que deve.
Vidas insolventes derramadas nos “classificados” do jornal, tragédias individuais meticulosamente talhadas, simples detalhes de uma ambiciosa agenda de transformação social, é a crise senhores, é a crise!
Estas “vidas” de onde se eclipsou o poder financeiro para pagarem o que devem, são vítimas da guerra silenciosa que há muito se instalou. O sofrimento atroz provocado pela vertigem dos números metralhados por potentes armas de guerra financeira, abatem sagaz e estrategicamente todos aqueles que deixaram de servir.
Nas novas cidades maravilhosas deste país desgraçado, de fantasma disfarçado, não há espaço para vidas reais, para dramas pessoais tão pouco. Nos cenários, de festa vestidos, só há lugar para Ikea family’s. Rostos sorridentes, loiros de cabelos escorreitos, mãe, pai cão ou gato, felizes a contemplar as diabruras hiperdotadas dos seus pequenotes, embalados em 33 peças de roupa licenciada pelas marcas mais prestigiadas do mercado.
Em que parte do país se abrigam as centenas de pessoas que todos os dias se somam à lista de insolventes? a geografia que partilhamos é demasiado curta para que nos ignoremos de forma tão dramática. A indiferença social está nas páginas do jornal.

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