
Cantiga de enganar, ode à mediocridade de Montenegro
Deixa o Luís, deixa o Luís, deixa o Luís, deixa o Luís atrapalhar
lá, lá, lá, lá, lá, lá
após 12 meses de simulacro
eis que o governo fac-símile de Montenegro
invade o pátio com insanas cantigas
“O novo hino da AD – Coligação PSD/CDS”
do verbo à imagética, a ode arrivista oferece, a quem a ouve e vê
um real tratado de mediocridade política
ladainha cínica, simplória bastante para atrair tontos e populistas
miserável exercício de propaganda à boca da urna
vago, vazio, trivial, concebido para exaltar o pecado Capital,
talhado por toscos
para convencer palonços
de que as trapalhadas do Luís são rosas senhores, são rosas!
insana melodia, entoada em falsete
submete o refrão à provocação de ser apelo à prevaricação coletiva,
e o rimalho, primário, obedece à humilhação de ser louvor à trivialidade do ufano candidato
cada acorde, uma pedrada no charco onde jaz atolada a democracia
cada estrofe, um atentado à poesia das anciãs cantigas de intervenção!
tresanda a Estado Novo esta cantiga, amigos!
é certo e sabido o que fará Luís, se deixarem que continue atrapalhar o país!
e o povo? aquele que outrora foi sujeito da história
será que ainda ordena? ou apenas obedece a cantigas de enganar?
Antónia Marques
escreve enquanto escuta os passos, firmes, sobre gravilha, outrora prelúdio de libertação